Procura-se um emprego...

Um dia desses eu li uma entrevista na Trip com o Marcelo Tas, onde ele concluia duas coisas: a primeira é que ele acabou descobrindo, enquandto avaliava sua trajetória profissional, que sempre tentou trabalhar com algo que o fizesse se divertir (eu sempre pensei assim também, apesar de saber que não é fácil). E a sugunda é que, hoje em dia, as pessoas já terminam a faculdade pensando na aposentadoria. Só que essas mesmas pessoas esquecem que pra que isso ocorra é preciso correr atrás durante um bom tempo. Uma carreira sólida não se constrói da noite pro dia, e estabilidade não está à venda em toda esquina. Existe um conflito entre o profissional que sabe muito de pouca coisa e aquele que sabe pouco de muita coisa. Eu acredito que o profissional deve ser competente, deve ter domínio na sua área de atuação específica, mas também deve ser flexível e conseguir se adaptar a situações adversas. Gente, isso não é teoria... ultimamente eu tenho me virado pra ser isso ai. Tem horas que cansa, tem horas que eu acho que não vou dar conta... mas ai quando as coisas acabam dando certo, e entre mortos e feridos, salvam-se todos, eu vejo que é possível. Algumas pessoas dizem que se você é bom no que faz, não vai faltar emprego pra você. Mas enquanto "esse emprego" não chega, é preciso pagar as contas com alguma outra forma de trabalho.

Quando eu resolvi que ia me inscrever numa especialização esse ano, muita gente questionou a razão, já que isso não ia aumentar meu salário no final das contas. Eu vejo além, eu vejo possibilidades, e acho que toda forma de abrir horizontes é válida. E eu pretendo, além de tudo, me divertir.



Ana Kelen é professora do curso de biologia, patologista clínica aos sábados, veterinária na área de biotecnologia da reprodução, orienta alunos na educação ambiental, faz apresentações em power point pros amigos, corrige monografias e artigos, faz trilhas sonoras personalizadas, fotografa eventos, tentou ser representante comercial de produtos veterinários (mas não deu certo), atravessa a rua com velhinhas e nas horas vagas presta serviços pra trupe do Teatro Mágico.