segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Dezembro


Parece que foi ontem. Parece que acabou de acontecer. E eu só queria que Dezembro chegasse... É como se isso bastasse pra que as certezas se chegassem a mim. Mas ainda vai demorar. Falta tanto... o relógio marca 00:14. O que é o tempo? Um jeito de medir quanto falta pra daqui a pouco, o instante agora que já não é, já foi, já passou. As horas passam em uma realidade outra, um universo paralelo, como o de Dalí, com relógios toscos, torpes, tênues... como se o surrealismo fosse a forma mais concreta de perceber o mundo ao meu redor. A necessidade de que o tempo passe se confunde com a certeza de que só isso não é a solução. Então eu sigo sem saber se adiantar os ponteiros do relógio vai me ajudar em alguma coisa. Parece que congelaram o tempo. Nada muda, nada evolui.
"Ó Deus do tempo, dá-me luz!"
Já não bastasse a angústia da inércia do tempo, a escuridão teima em chegar. "A noite é mais escura antes do amanhecer."
O telefone toca... não é ninguém.
"O mar escuro trará o medo..."
O telefone toca... não é ninguém de novo.
00:32
Tão estranho...

4 comentários:

Claudio Ferro disse...

Olha que pode ser eu no telefone...

Ana Kelen disse...

hahahhahaha
vc teria falado comigo, não?

Claudio Ferro disse...

Talvez sim... Talvez não...
Quer saber? Nunca saberemos... rss

Ana Kelen disse...

Tão misterioso o rapaz...